A lactose, não sendo hidrolisada, não é absorvida no intestino delgado e passa rapidamente para o cólon. No cólon, a lactose é convertida em ácidos graxos de cadeia curta, gás carbônico e gás hidrogênio pelas bactérias da flora, produzindo acetato, butirato e propionato. Os ácidos graxos são absorvidos pela mucosa colônica, desta forma, recupera-se a lactose mal absorvida para utilização energética.
Os gases, após absorção intestinal, são expirados pelo pulmão, servindo como ferramenta diagnóstica. Esta fermentação da lactose pela flora bacteriana leva ao aumento do trânsito intestinal e da pressão intracolônica, podendo ocasionar dor abdominal e sensação de inchaço no abdômen. A acidificação do conteúdo colônico e o aumento da carga osmótica no íleo e cólon resultante da lactose não absorvida leva à grande secreção de eletrólitos e fluidos, além do aumento do trânsito intestinal, resultando em fezes amolecidas e diarreia.
O uso de alimentos funcionais contendo culturas probióticas e prebióticas é uma proposta importante para minimizar os efeitos causados pela intolerância à lactose. Culturas probióticas, por exemplo, podem garantir maior atividade enzimática, e no caso de intolerantes, maior atividade da enzima lactase.
As possíveis fontes de obtenção de lactase são: plantas, como pêssego, amêndoa e algumas espécies de rosas selvagens; organismos animais, como intestino, cérebro e tecido da pele; leveduras como Kluyveromyces lactis, K. fragilis e Candida pseudo-tropicalis; bactérias como Escherichia coli, Lacto-bacillus bulgaricus, Bacillus sp e Streptococcus lactis; e fungos, como Aspergillus foetidus, A. niger, A. oryzae e A.phoenecis.
Outra proposta é o uso de shakes isentos de lactose que contém nutrientes a fim de complementar a dieta dos intolerantes a este açúcar, o que pode ser uma excelente alternativa para o nutricionista durante a elaboração do plano alimentar.
Referências:
DA CUNHA, Magda Elisa Turini et al. Intolerância à lactose e alternativas tecnológicas. Journal of Health Sciences, v. 10, n. 2, 2015.
LONGO, G., Influência da adição de lactase na produção de iogurtes. 2006. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal do Paraná. Curitiba 2006.
MATTAR, Rejane et al. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 56, n. 2, p. 230-236, 2010.