Entenda por que, quando passa fome, você demora ainda mais
para emagrecer
Seu corpo precisa e você adora. Uma boa refeição é fonte não
só de nutrientes valiosos para o bom funcionamento do organismo, como de
momentos de muito prazer. O risco está em transformar essas ocasiões em
válvulas de escape para a ansiedade e a tristeza, num ciclo para lá de venenoso
e que termina em culpa. “Para se punir contra os excessos, muita gente acaba
passando horas em jejum, atitude que afeta as habilidades motoras e cognitivas
e não leva a um processo de emagrecimento saudável”, afirma a endocrinologista
e nutróloga Ellen Simone Paiva, do Citen. Os prejuízos para a saúde são muitos
quando você fica muito tempo sem comer – dependendo do caso, até piores do que
os riscos em se afogar no excesso de calorias. Acompanhe a seguir o que
acontece no seu corpo quando falta combustível para ele funcionar.
Metabolismo
O jejum prolongado obriga o corpo a trabalhar em marcha
lenta, diminuindo o ritmo de todas as funções com o objetivo de economizar
energia. “Com essa queda do metabolismo, é possível engordar até comendo menos,
pois o corpo entende que há necessidade de formar uma reserva energética”,
afirma o fisiologista Raul Santos de Oliveira, do Centro de Estudos da Medicina
da Atividade Física e do Esporte (CEMAFE). Para reverter a situação, a melhor
saída é cultivar uma dieta balanceada, com refeições a cada três horas, aliada
à prática regular de exercícios físicos.
Cérebro
O sistema nervoso depende de glicose para funcionar. Por
isso, a hipoglicemia, diminuição do nível de glicose no sangue, afeta a
capacidade de raciocínio e concentração, atrapalhando o rendimento no trabalho
e nos estudos. “O único momento em que o corpo tolera um jejum de oito ou dez
horas, sem prejuízo ao metabolismo, é quando você dorme e há redução na energia
gasta”, diz Ellen. Nos demais casos, a falta de glicose causa diversos efeitos
colaterais, como tontura, confusão mental e até mau hálito.
Funcionamento das células
Segundo a endocrinologista Ellen, para se manterem ativas no
período de jejum, as células começam a buscar alternativas à glicose. Essa
queima gera corpos chamados cetônicos, responsáveis por causar dores
musculares, dificuldade de concentração e o hálito característico de quem fica
muito tempo sem comer. Por isso, como as células trabalham 24 horas por dia, é
recomendável ingerir seis pequenas porções de alimentos em intervalos de três
horas. “O hábito também preserva a saciedade, impedindo exageros em uma única
refeição”.
Hormônios
A produção de hormônios também requer energia. Assim, quando
passa muito tempo em jejum, seu corpo faz uso dos hormônios já existentes no
organismo, mas logo fica carente dessas substâncias – e isso afeta até a
transmissão de mensagens pelo cérebro. Os hormônios mais susceptíveis aos
efeitos do jejum são os que regulam o ciclo menstrual da mulher e, em longo
prazo, essa escassez pode levar à suspensão da menstruação.
Humor
Diversos estudos já comprovaram que certos alimentos são
capazes de amenizar os sintomas da depressão, da TPM e até da menopausa. Mais
do que isso: pessoas muito estressadas demonstraram altos níveis do hormônio
cortisol, responsável pela quebra de proteínas, processo especialmente
requisitado quando o corpo já não consegue obter energia por meio de
carboidratos. Por isso é bastante comum algumas pessoas ficarem mal-humoradas
ou irritadas perto do momento da refeição. Para evitar situações como essa,
recomenda-se sempre levar uma fruta ou barrinha de cereais na bolsa.
Músculos
A massa muscular armazena glicose sob a forma de glicogênio,
em concentrações pequenas, para servirem como alternativa durante o jejum.
“Mas, aos poucos, o organismo começa a queimar reservas musculares para
produzir energia e há redução da massa magra do corpo, com diminuição da força
muscular”, afirma a médica. Cãibras e dores pelo corpo. São sintomas comuns.
Coração
“O maior risco cardiológico no jejum prolongado são as
alterações eletrolíticas no organismo. A baixa do potássio, que causa arritmias
cardíacas, é a mais perigosa delas”, afirma Ellen Paiva. Da mesma maneira, caem
a pressão sanguínea e a frequência respiratória.
Fonte: MinhaVida.com.br
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